Os trabalhadores do transporte urbano de Sorocaba decidiram por unanimidade, nesta quarta-feira (15 de maio), decretar estado de greve para garantir o avanço das negociações da Campanha Salarial 2024 da categoria.
A decisão foi tomada em duas assembleias, pela manhã e à noite, realizadas no prédio da sede do Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região.
Após várias rodadas de negociações, as empresas apresentaram proposta de reajuste salarial de 4,54% e ela foi rejeitada por unanimidade pelos trabalhadores em duas assembleias na segunda-feira, 13 de maio. Na terça-feira, 14 de maio, em nova negociação, as empresas não melhoraram a proposta. Por isso, também por unanimidade, nesta quarta-feira (15 de maio) os rodoviários decretaram estado de greve.
Com essa decisão, nesta quinta-feira (16 de maio) o Sindicato vai comunicar o resultado das assembleias ao poder público e às empresas e a partir desse aviso, legalmente, abre-se prazo de 72 horas para a possibilidade de greve no serviço de transporte urbano em Sorocaba.
O presidente do Sindicato, Paulinho do Transporte, informou nas assembleias que as empresas alegam ter créditos acumulados com o poder público oriundos da prestação dos serviços, cujos recebimentos estão atrasados, e o prefeito da cidade não resolve essa situação.
As empresas alegam também que na conversa que tiveram referente à data-base dos rodoviários (1° de maio), segundo as empresas, o prefeito não autorizou nenhum aumento de salário para a categoria.
“Nós só queremos ser ouvidos, respeitados, e que nossos direitos sejam garantidos em patamares razoáveis pra nossas vidas continuarem”, disse Paulinho do Transporte nas falas aos trabalhadores e trabalhadoras.
Ele também falou: “Nós, da Diretoria do Sindicato, entendemos que temos que fazer as empresas atenderem às nossas reivindicações.”
Paulinho do Transporte ainda acrescentou: “Nós vamos fazer uma mobilização estratégica porque o prefeito está achando que nós somos marinheiros de primeira viagem, e nós não somos. É uma falta de respeito do poder público e das empresas para com a categoria.”
Isto porque, segundo ele, os trabalhadores não podem pagar a conta do atual poder público do município “ter atolado a Prefeitura em dívidas” e essa “irresponsabilidade” ter complicado as relações da Prefeitura com as empresas.
A categoria lotou o salão de assembleias. Paulinho do Transporte parabenizou os trabalhadores e trabalhadoras pela capacidade de união e mobilização em defesa dos direitos dos rodoviários.
Paulinho do Transporte também é presidente da CNTTL, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística; vice-presidente da Futac, Federação Unitária dos Trabalhadores em Transportes, Portos, Comunicação e Pesca da América Latina e Caribe; vice-presidente da Seção de Transporte Rodoviário da ITF, Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes; membro da UIS, União Sindical Internacional.